quinta-feira, setembro 15, 2011

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quinta-feira, janeiro 06, 2011

TEOLOGIA PASTORAL

O ministério pastoral tem sido visto como alvo de muito proveito, ou melhor, lugar dos aproveitadores. Pessoas há que dizem que os pastores estão sempre interessados no dízimo de suas ovelhas, e que não estão interessados em socorrer as ovelhas naquilo que precisam e carecem como membros do corpo de Cristo.
Muito dessa acusação é verdadeira. Não podemos negar que isso tem ocorrido em muitas igrejas, por outro lado, isto se deve em grande parte pela ausência de um autêntico aconselhamento e pastoreamento por parte dos pastores em suas igrejas.
Temos presenciado uma entulhada de psicologia nos nossos púlpitos. O povo pactual não quer psicologização, o povo de Deus quer ser pastorado! O pastoreio do povo inclui o discipulado, a oração, a pregação expositiva e uma aproximação vivida com os membros da igreja, sem isso, o nosso ministério pastoral estará fadado ao fracasso.
O verdadeiro aconselhamento não começa nos manuais de Freud, mas na nossa única regra de fé e prática - As Sagradas Escrituras! É nossa fonte de vida, é nosso meditar de dia e de noite (Sl.1-3). A Bíblia e somente ela pode de fato nos conduzir a uma vida piedosa e sem reservas é o alimento para nossa alma, pois, somos vivificados única e exclusivamente por ela (Sl.119.25).
Há uma necessidade de se resgatar este alto conceito sobre a Sagrada Escritura, a Palavra de Deus não é somente suficiente em questões de doutrina, mas é também plenamente suficiente nas abordagens práticas que são refletidas na prática do aconselhamento pastoral.

I – A PALAVRA DE DEUS E O ACONSELHAMENTO CRISTÃO.

Vivemos em uma época de psicologização do evangelho e da pregação da Palavra de Deus. Ao que nos parece, a nossa época tem sido marcada pelo forte desinteresse na utilização das Escrituras no aconselhamento cristão. Pastores e mais pastores estão se refugiando em demasia na psicologia e ciências afins. Precisamos estar cônscios de nosso papel como ministros de Deus no aconselhamento do povo da aliança. O Dr. John R.W.Stott disse certa vez: “Um ministério pastoral que se modele na vontade de Cristo incluirá, de modo semelhante, a pregação diante da congregação, aconselhamento aos indivíduos e o treinamento de grupos”. [1] Esta perspectiva de Stott tem sido esquecida pela igreja de Cristo ao longo dos tempos. O púlpito deveria lidar com questões de aconselhamento.
Alguns poderiam aventurar-se em negar tal perspectiva, mas é inevitavelmente necessário declarar que “a própria pregação é aconselhamento”. [2] A exortação ao bem viver cristão consiste em aconselhamento. Utilizar-se das Escrituras para exercer o aconselhamento é uma tarefa sábia para os pastores que estão comprometidos com o crescimento espiritual de seus paroquianos. Os homens não precisam de uma mensagem psicologizante, mas de uma mensagem derivada das Escrituras que são suficientes para “restaurar a alma” isto porque a Lei de Deus é “perfeita” para exercer tamanha restauração (Salmos 19.7-11).
As teorias de psicologia são diversamente conflitantes umas com as outras, a ponto de um respeitado professor na área dizer:

Não podemos ter certeza se qualquer dessas teorias é completamente verdadeira. Mas, se vocês têm de aconselhar outras pessoas, estudem estas teorias e decidam qual delas lhes parecem ser mais sensata. Vocês têm de fazer isso porque, quando as pessoas vierem para o aconselhamento elas desejarão ouvir algo que lhes esclareça o porquê dos problemas pelos quais elas estão passando [3].

O reflexo dessa declaração é visto dentro de nossas igrejas e ministérios quando substituímos a Palavra de Deus pelas opiniões autorizadas por Freud e seus discípulos e tais palavras chegam a encabeçar os títulos de nossos sermões.
Alguém disse que “os crentes que abandonam a Deus e Sua Palavra em favor da psicoterapia, para conseguir ajuda contra a depressão, abandonam “o manancial de águas vivas” para beber das águas poluídas e insuficientes, até mesmos prejudiciais de “cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2.13) [4]
O papel do ministro é utilizar as Escrituras para aconselhar o seu povo. Mas qual é a relação entre a pregação e o aconselhamento pastoral? O grande escritor Jay E. Adams nos diz que tais perspectivas poderão ser incluídas no sermão sem desvalorizá-lo, e colocar para os ouvintes a Palavra de Deus nos três modos de pregações conhecidas e, assim, responder satisfatoriamente as necessidades do povo. [5] Em outra obra Waldislau diz algo muito pertinente sobre essa questão ele diz:

O aconselhamento cristão não deveria ser considerado como uma especialidade separada do aspecto pastoral e da comunhão cristã na igreja. Para o pastor, as habilidades para o aconselhamento são partes tanto do preparo como da entregada de sermões quanto da prontidão para responder aos ouvintes após a mensagem. É preciso que o pastor seja hábil intérprete da Palavra e hábil intérprete de pessoas, se ele quiser ser efetivo no ministério. [6]

Então, é tarefa do presbítero (docente e regente) aconselhar a igreja de Cristo que lhe foi convida para governar. O pastor ou presbítero foi chamado para aconselhar o rebanho de Cristo. Isso é demonstrado e ensinado por Paulo em I Timóteo 5.1; II Timóteo 4.2 e em Tito 1.9, nos fala de exortar, o verbo grego usado é Parakalew que pode ser traduzido por encorajar, mas o sentido pode ser tomado no que se refere à palavra de encorajamento cristão. Calvino “entendia que o aconselhamento era indispensável no trabalho do presbítero”. [7] O teólogo de Genebra acreditava que “o ensino, além de ser público nos cultos, deveria ser acompanhado por orientação pessoal e aplicado às circunstâncias especificas da vida das ovelhas”. [8]

II – PASTOREANDO O CORAÇÃO DOS PASTORES

Tenho percebido que é cobrada dos pastores a prática do aconselhamento com base nas Escrituras. Um autêntico aconselhamento é necessário se ter às Escrituras como única regra de fé e prática. Mas incomoda o meu coração em ver que os pastores não são pastoreados, pelos seus conselhos locais, pelos seus presbitérios; antes de tudo eles são abandonados e negligenciados. O que há de errado? É o fato de que muitos julgarem que o pastor é alguém para aconselhar e não precisa de aconselhamento, pois, Deus irá suprir suas necessidades de modo providencial. Creio nisso piamente, mas penso que não é por ai que se processa o aconselhamento para os pastores. Eles precisam ser pastoreados, confortados animados e estimulados pelos seus líderes.
O desencorajamento pastoral é vivenciado dentro do seminário e depois no ministério. Alguém disse acertadamente que “o desencorajamento é um dos grandes obstáculos no ministério, especialmente nesses dias de coisas insignificantes”. [9]
O que fazer quando a depressão chega ao nosso coração? O que fazer quando o desânimo chega ao coração do ministro? O príncipe dos pregadores tem algo a nos dizer sobre isso em termos pertinentes: “Crises de depressão acometem a maioria de nós. Animados como possamos ser normalmente, a intervalos temos que ser derrubados. O forte nem sempre está vigoroso, o sábio nem sempre é expedito, o bravo nem sempre é corajoso, e o alegre nem sempre está feliz”. [10] Spurgeon trata destas questões para puder animar os pastores mais jovens na caminhada cristã. Penso que é isso que falta em muitos dos nossos presbitérios atuais, o pastorear e consolar os seus pastores. O desânimo e desilusão de muitos novos ministros estão vinculados à ausência de um aconselhamento. Spurgeon, sendo eminentemente pastoral, nos diz o motivo de escrever tais palavras em suas lições pastorais:

Sabendo pela mais penosa experiência o que significa uma profunda depressão de espírito, sendo visitado por ela freqüentemente e a intervalos não demorados, achei que poderia ser consolador para alguns dos meus irmãos se partilhasse meus pensamentos sobre isso para que os jovens não imaginem que algo estranho lhes acontece quando tomados em alguma ocasião pela melancolia; e para os mais deprimidos saibam que a pessoa sobre quem o sol está brilhando jubilosamente nem sempre andou a na luz.[11]

O ponto desta declaração de Spurgeon é que a sua preocupação era muito clara no que concerne ao desencorajamento pastoral; julgava necessário tratar deste assunto com muita clareza. Às vezes somos negligenciados pelos escritores de aconselhamento porque se limitam a nos ensinarem como devemos aconselhar o nosso povo. Mas o nosso coração por vezes, e quase sempre, sente sede, em meio ao deserto da atividade pastoral; e não há nenhum com um cântaro de água viva para trazer ao nosso deserto uma esperança de vida.
Muitos dos nossos paroquianos virão ao nosso gabinete pastoral tratar de sua depressão e por mais irônico que isso possa parecer estaremos ali diante deles com o mesmo mal; e o mais ironicamente disso tudo é que podemos lidar com a depressão do nosso povo, mas não com a nossa; isto porque ninguém nos socorre nas madrugadas quando as lágrimas chegam aos olhos.
Poderemos sugerir alguns caminhos pelos quais podemos trilhar a nossa vida cristã e enfrentar o desencorajamento, estes caminhos podem servir tanto para os ministros como para os membros de suas igrejas.
Sugiro que olhemos para a vida de Davi. Davi era um fugitivo de Saul e perseguido pelo mesmo; Davi havia procurado refugio com um rei filisteu chamado Aquis. Todos nós conhecemos esta história. Há um momento da narrativa em que Aquis deseja lutar contra Israel; e, esse rei desejava que Davi o acompanhasse (1 Samuel 28.1-2); mas tal proposta foi rejeitada pelos soldados filisteus (1 Samuel 29). Davi ao retornar à cidade de Ziclague (1 Samuel 30.1-6) encontra a cidade em ruínas; porque os amalequitas haviam invadido e levado povo cativo. Ele estava ali encarando uma das cenas mais difíceis da vida. Os homens de Davi ficaram tão aflitos, que realmente falaram em apedrejá-lo. Tudo estava arruinado literalmente! Às vezes a “vida Cristã assemelha-se a esta situação e, isto não é menos verdadeiro no que se refere ao ministério pastoral: todas as coisas pelas quais nos esforçamos parecem desintegrar-se diante dos nossos olhos, e os companheiros do nosso “arraial” se tornam desafeiçoados”. [12]
Como agiu Davi diante de tamanha depressão? Ele não desistiu; não se sentiu ofendido por Deus, nem culpou seus homens. Cook nos diz que devemos observar isso: “nunca culpar o povo é uma regra áurea no ministério cristão”. [13] Nos chama a atenção o que diz a última parte do versículo 6 no capítulo 30 de 1 Samuel: “Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus”. Como Davi fez isso? Esta é uma boa pergunta que pode ser considerada por cada um de nós. Vejamos algumas respostas para tal questionamento [14]:

1 – Primeiro, considere que Davi recusou entrar em desespero.

Davi tinha tudo para se entregar ao desespero, pois, estava sendo perseguido por Saul, estava desacreditado pelos filisteus e magoado nesta ocasião por seus próprios homens.
Podemos fazer uma ponte com a nossa realidade atual, quase sempre nos entregamos ao desespero quando tudo na vida parece não ter mais jeito e solução. Cristo não nos prometeu um ministério sem problemas. O pastor que se imagina pastoreando uma igreja sem problemas, deveria deixar o ministério e fazer outra coisa. Davi sabia que grande parte de sua vocação era resolver problemas, está disposto a aconselhar o povo, dirigir o povo no sentido mais pleno pastorear o povo, mas para isso ele precisava não entrar em desespero. O meu conselho para cada um de nós futuros pastores é diga não ao desespero.

2 – A Segunda consideração para o coração dos pastores é que Davi não permitiu que o presente determinasse seu ponto de vista a respeito do futuro.

Devemos aprender com Davi a importância de trazermos Deus imediatamente à avaliação das circunstâncias. O futuro estava nas mãos de Deus como também Davi. Essa é a perspectiva correta que deve ser adotada para o nosso ministério pastoral. Um autêntico aconselhamento para o coração dos pastores deve vislumbrar o conceito da soberania de Deus. Podemos diante da mais profunda angústia de alma clamar a Deus (Salmos 43.5).

3 – A Terceira consideração para os nossos corações é que Davi exercitou a sua fé em Deus.

Esta pode ser a significação ao tema de que “Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus”. A grande questão é como Davi fez isso? Ele simplesmente encorajou-se em Deus. É assim que devemos agir diante de nossos ministérios.

III – O ACONSELHAMENTO PASTORAL E A NEGLIGÊNCIA DAS ALMAS

O aconselhamento pastoral visa edificar as almas, consolando, exortando e animando-as. E quase sempre negligenciamos o nosso oficio e por vezes negligenciamos as nossas próprias almas. Alguém disse acertadamente que:

Somos bastante imaturos no que diz respeito a avaliarmos nossas prioridades espirituais. Podemos nos preparar com diligência para Realizar deveres exteriores e nos apressar nas preparações secretas. Nossos sermões estão prontos, mas nosso coração está despreparado.[15]
O pastor Richard Baxter nos diz que:

Somos exortados a olhar por nós mesmos, para não suceder estarmos vazios da divina graça salvadora que estamos oferecendo a outros, porquanto, é possível oferecermos esta graça a outros e, todavia, estarmos alheios às operações eficazes do evangelho que pregamos...Podemos morrer de fome enquanto preparamos comida para outros. [16]

Diante disso podemos dizer que o ministério pastoral deve primeiramente valorizar a alma dos próprios ministros, e assim, eles estarão aptos para ministrar um aconselhamento eficaz para os seus paroquianos. Deve-se levar em consideração a recomendação paulina em Atos 20.28: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue.” Os pastores precisam primeiramente olhar para as suas almas e depois todo o rebanho de Deus.
No grego nós temos o verbo proséchete - é um imperativo no tempo presente é uma ordem, mas esta ordem carrega um peso de algo habitual, estar sempre fazendo isso “dando sempre atenção”, aqui temos um presente no modo imperativo, sendo uma ordem de Paulo aos presbíteros da Igreja de Éfeso a estarem sempre atentos; cuidar de suas almas é o primeiro requisito do ensino paulino.
O atalaia deve primeiro se preocupar em sua real posição, pois, sendo um vigia é o principal alvo dos inimigos, por isso, deve sempre fazer de tudo para que possa manter-se de pé para o bem do forte que protege.
Essa figura é bem ilustrativa ao que Paulo diz aqui neste texto. Isso porque o pastor deve cuidar de sua alma “olhar por si mesmo”, mas também deve olhar e cuidar do “rebanho de Deus”. Precisamos aditar que os pastores cuidam da igreja, eles são mordomos, eles não são donos da Igreja. Antes a Igreja tem um dono que é o próprio Deus. Todavia, Deus confiou a tarefa de proteger a Igreja aos seus comissionados, por isso, é necessário aos pastores zelarem por suas almas.
Aqui se deduz do ensino bíblico, que conforme compete aos pastores, a verdade que devemos “amar o rebanho de Deus”, o Baxter nos lembra sabiamente o seguinte:

Toda a causa de nosso ministério deve ser conduzida com terno amor pelas pessoas de nosso rebanho. Precisamos fazer que vejam que nada nos agrada mais do aquilo que lhes é proveitoso. Devemos mostrar-lhes que aquilo que lhes fazem bem, igualmente nos faz bem. Devemos sentir que nada nos preocupa mais do que aquilo que nos fere. Retornando a Jerônimo, diz ele, escrevendo a Nepociano: ‘como bispos não são senhores, mas pais, assim devem incumbir-se do seu povo como de seus filhos. Sim, nem mesmo o mais terno amor da mãe por seu filho deve sobrepujar o deles. [17]

Considerações Finais:
O ministério pastoral precisa ser empregado e compreendido dentro destas perspectivas alistadas acima. O púlpito é o lugar adequado para se usar as escrituras no aconselhamento, mas o contato pessoal com as ovelhas lhe indicará o caminho por onde começar.
Aos futuros pastores deixo um lembrete: Zelem pela vossa alma, sejam vigilantes para com ela, pois, o primeiro ataque há de vir será sobre você; por isso, você deve ter uma vida piedosa regada pela oração. Não há nada mais importante na vida da Igreja do que seu pastor ser um homem piedoso e que compreenda seus dilemas, e saiba aconselhar com as escrituras.
Aos conselhos e líderes da Igreja devo alertá-los que seus presbíteros docentes (pastores) são homens que precisam ser pastoreados, muitos problemas acontecem na vida do pastor por falta de um pastoreamento da alma deles. E a responsabilidade disso encontra-se nos conselhos (colégio de presbíteros locais) e nos presbitérios (colégio de presbíteros regionais). Pastores estão desanimados por que lhes faltam conselheiros capazes e eficazes.

PSICOLOGIA - ESQUIZOFRENIA

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica na qual o indivíduo portador tende a perder o contato com a realidade, podendo sofrer delírios e alucinações, com a total convicção de que estes são eventos verdadeiros. De ocorrência igual tanto em homens quanto em mulheres, tende a se manifestar no fim da juventude e início da idade adulta. Entretanto, a evolução nas mulheres é mais lenta e os sintomas, menores. Acredita-se que os hormônios sexuais femininos têm importante papel neste fato, já que atuam no cérebro de forma semelhante aos antipsicóticos. Aproximadamente 5% da população mundial é esquizofrênica.

Não se sabe, exatamente, quais as causas e fatores que desencadeiam esta doença. Entretanto, é de conhecimento que muitos fatores, tanto genéticos quanto ambientais, causam ou impedem o desencadeamento da doença.

Os portadores geralmente se veem perseguidos, fazendo parte de um complô; e ouvem vozes que os orientam em relação ao que fazer. Estes comportamentos, denominados na psiquiatria como sintomas positivos, são os mais perceptíveis. Entretanto, as esquizofrenias se iniciam, na maioria das vezes, com os sintomas negativos, que são desânimo, olhar distante e tensão e ansiedade extremas – a fase chamada trema psicótico.

Geralmente os familiares e amigos percebem esta mudança, e com o tempo passam a desconfiar do uso de drogas. Em alguns casos, isso realmente acontece, mas é uma consequência de tais sintomas, e não as causas. Isso porque o paciente tenta buscar o efeito sedativo e tranquilizante que algumas drogas, como o álcool e a maconha, podem proporcionar.

Causando muitos danos ao portador, pode provocar distúrbios de personalidade e abandono de suas atividades habituais, caso o tratamento não seja feito o mais precocemente possível. O diagnóstico é unicamente clínico, excluindo outras possíveis causas.

É imprescindível o uso de antipsicóticos, prescritos pelo psiquiatra, e tratamento focando a reintegração à sociedade, como acompanhamento psicoterápico ou participação em programas específicos. A presença e participação da família são também de extrema importância, sendo necessário que estes recebam a devida orientação dos profissionais, quanto a como proceder com o indivíduo em questão.

Observação: com o tratamento precoce e adequado, existe possibilidade de o paciente se recuperar completamente.

PSICOLOGIA - ANOREXIA

O termo anorexia vem do grego, significando falta de apetite. O termo, na verdade , é errôneo, já que a falta de apetite é rara, pois o indivíduo muitas vezes sentem fome, mas procuram negá-la.
A síndrome foi identificada como entidade clínica em 1868, por Gull e Lasígue, apesar de Ter sido descrita em 1694 por Richard Morton, que relatava um emagrecimento auto-induzido em decorrência de um medo mórbido de ganhar peso.
As características essenciais da anorexia nervosa são: recusa do indivíduo de manter um peso corporal na faixa normal mínima associado à um temor intenso de ganhar peso. Esse distúrbio é caracterizado por distúrbios severos no comportamento alimentar, que merecem análise cuidadosa no que diz respeito aos aspectos e cuidados nutricionais.

A comunidade científica trata a (AN) como sintomas do inconsciente da cultura
contemporânea.
Na realidade, trata-se de uma perturbação significativa na percepção do esquema corporal, ou seja, da auto-percepção da forma e ou do tamanho do corpo.
Parece ter tornado-se do senso comum que tais transtornos são muito mais predominantes nas sociedades industrializadas, nas quais há abundância de comida e onde, especialmente para as mulheres, é considerada atraente a pessoa que é magra. Contraditoriamente, “em algumas culturas, a percepção distorcida do corpo pode não ser proeminente, e a motivação expressa para a restrição alimentar poderia Ter um conteúdo diferente, como o desconforto espigástrico.
A anorexia nervosa tem fatores psicológicos, biológicos e sociais.

Epidemiologia

A taxa de prevalência de indivíduos com Anorexia é de 1% e desses cerca de 90% dos casos de Anorexia Nervosa são em mulheres. Os casos acontecem com mais freqüência em classes sociais mais elevadas. Em 45% dos casos, a Anorexia acontece após uma dieta de emagrecimento. Em 40% acontece por competição, como por exemplo pessoas que sua profissão exige magreza como modelos e bailarinas.
Nas últimas décadas, tem crescido o número de relatos em meninas pré- púberes e em homens. As idades mais comuns de início ocorre na adolescência, mas até 5% dos pacientes com Anorexia Nervosa tem início logo após os 20 anos.

Etiologia

Não se conhecem as causas fundamentais da Anorexia Nervosa. Há autores que evidenciam como causa a interação sociocultural mal adaptada, fatores biológicos, mecanismos psicológicos menos específicos e especial vulnerabilidade de personalidade.
Fatores biológicos: Incluem as alterações hormonais que ocorrem durante a puberdade e as disfunções de neuro- transmissores cerebrais (disfunção cerebral ao nível do hipotálomo, que comandam os estímulos da fome, da sede e amadurecimento sexual) tais como a dopamina, a serotonina, noradrenalina e dos pepitídeos opióides.
Vários trabalhos apontam para uma pré- disposição genética para o desenvolvimento da Anorexia. Estudos demonstram uma taxa se concordância muito maior em gêmeos monozigóticos em comparação com gêmeos dizigóticos (56% contra 5%). Parentes de primeiro graus de pacientes com Anorexia exibe um risco de aproximadamente 8 vezes maior de apresentar a doença do que a população geral.
Fatores psicológicos: Muitas anoréxicas pertencem a famílias rígidas e fechadas sobre elas próprias, e geralmente tem um relacionamento patológico com a mãe.

As anoréxicas são freqüentemente pessoas dependentes mas atuando de uma forma de perfeita independência, extremamente carente de afeto, quase obsessiva tendência para o perfeccionismo intelectual, que as leva quase incurável racionalização.
Há como que uma recusa inconsciente de crescer, tentando conservar as formas de infância. A tentativa de controle do corpo surge assim como uma forma inconsciente de compensação de um sentimento generalizado de incapacidade, de dependência e de dificuldade de autonomia.
Fatores socioculturais: Os aspectos socioculturais dos transtornos alimentares têm sido amplamente estudados e já foram objeto de inúmeros trabalhos médicos, antropológicos, sociológicos e históricos. O interesse pelo tema decorre de observações, encontradas já nas primeiras descrições contemporâneas destes transtornos, de que a extrema valorização da magreza nas sociedades ocidentais desenvolvidas estaria fortemente associada à ocorrência de anorexia nervosa.
Os dados revelam também que anorexia nervosa pareça ser mais prevalente em
países ocidentais e são claramente mais freqüentes entre as mulheres jovens, especialmente aquelas pertencentes aos estratos sociais mais elevados destas sociedades, o que fortalece sua conexão com fatores socioculturais.
A pressão cultural para emagrecer é considerada um elemento fundamental da
etiologia dos transtornos alimentares, que interage com fatores biológicos, psicológicos e familiares para gerar a preocupação excessiva com o corpo e o pavor doentio de engordar, característicos da anorexia nervosa.

A influência dos aspectos socioculturais é marcante.
Os transtornos alimentares, na forma como se apresentam hoje em dia, emergem das pesquisas epidemiológicas como doenças relativamente modernas e predominantemente ocidentais. Segundo DiNicola (1990), a concepção de um modelo de compreensão dos transtornos alimentares que explique os dados sobre sua ocorrência e distribuição deve incluir necessariamente a abordagem do contexto sociocultural onde ocorrem.
Nas sociedades afluentes, ao mesmo tempo em que observamos uma oferta abundante de alimentos de alto teor calórico e de rápido consumo, e a vida cotidiana se torna cada vez mais sedentária, as modelos e atrizes de sucesso, representantes dos padrões ideais de beleza feminina, são extremamente magras e muitas vezes apresentam um corpo de pré- adolescente, com formas pouco definidas.
Assim, as sociedades ocidentais contemporâneas vivem atualmente sob o
ideal da magreza e da boa forma física. Este padrão se impõe especialmente para asa mulheres, nas quais a aparência física representa uma importante medida de valor pessoal. Proliferam novas e miraculosas dietas para emagrecimento.

Apesar na falta de informação com sólida base empírica e das limitações metodológicas de algumas pesquisas sobre transtornos alimentares em países
não europeus ou norte-americanos, a descrição crescente da ocorrência da anorexia nervosa em outras sociedades tem oferecido dados para a argumentação contrária à visão dos transtornos alimentares como síndrome restrita à cultura ocidental.
O processo de aculturação parece também ter alguma influência na
ocorrência dos transtornos alimentares entre imigrantes residindo em países ocidentais de primeiro mundo e nas minorias étnicas destes países.
Segundo autores, a razão para este aumento se deve a melhores métodos de detecção de caso, maior acesso ao sistema de saúde, mudanças nos padrões sócio-econômicos e mais ampla adoção do padrão de magreza.

Quais as teorias psicológicas que tentam explicar o que acontece com alguém com transtorno alimentar?

As teorias psicológicas tentam discutir e compreender como se dá a relação do ser humano com o alimento e a forma corporal, bem como de que forma isso poderia se relacionar com o modo pelo as anoréxicas pensam, sentem e se comportam.
De modo bem simples, poderíamos destacar a visão psicanalítica e a visão cognitivista a respeito dos transtornos alimentares, porque são as formas de psicoterapia maios utilizadas no tratamento individual ou em grupo dessas pacientes.
A visão psicanalítica se formou, a partir dos estudos e teorias de Sigmund Freud, o criador da Psicanálise, no início de século. Entre outras idéias, formulou que a causa da maioria dos problemas e sofrimentos psicológicos são conflitos, em geral entre os desejos do próprio indivíduo e os limites do ambiente e da sociedade. Anoréxicas e bulímicas passam, ao longo da vida, por diversas experiências de conflito e sofrimento psíquico, seja em aceitar a si próprias e às suas necessidades básicas (por exemplo, a de precisar de alimento), seja em relação às expectativas de outras pessoas, as quais buscam atender ( por exemplo, familiares). Contudo, para explicar por que problemas emocionais vão se refletir na alimentação, é preciso recordar outra das teorias de Freud, a respeito do desenvolvimento afetivos e sexual, que se inicia na infância. Ele dividiu em diversas etapas ou fases este desenvolvimento, no qual a criança vai descobrindo, em si mesma, fontes de sentimentos prazerosos e desprazerosos.

A primeira dessas etapas é justamente a chamada fase oral, na qual a criança, a partir do contato com o seio materno, associa a obtenção de alimento com o contato afetivo e o prazer. Obviamente, outros estudiosos modificam e ampliaram essas teorias. AO se entrar em contato com uma paciente anoréxica ou bulímica, percebe-se que o mais importante é que ela descubra qual é o significado (muitas vezes inconsciente e desconhecido para ela) do seu sintoma e como isso pode ser integrado e vivido de forma menos angustiante.
A visão cognitivista se baseia em uma outra teoria, a de que as cognições ou idéias do indivíduo influenciam a sua afetividade. No caso da Anorexia Nervosa e da bulimia nervosa, pessoas com esses tipos de problema teriam originalmente experiências que as fizeram pensar que somente se sentiriam melhor ou mais valorizadas se tivessem determinada aparência, não fossem obesas e para tanto tivessem que praticar dietas e comportamentos purgativos. Ademais, teriam erros de raciocínio ou “distorções cognitivas” que justificariam continuar mantendo esses comportamentos, como, por exemplo, “sou magra e estou bem”, “aquela comida vai me engordar, por isso nunca mais vou comê-la”, sem argumentos lógicos que justifiquem tais idéias.

Diagnósticos e características clínicas:

O aparecimento da Anorexia Nervosa ocorre entre os 10 e 30 anos de idade. Os pacientes fora desta faixa etária não representam casos típicos e, portanto, seus diagnósticos devem ser questionados. Após os 13 anos de idade, a freqüência do aparecimento da condição aumenta rapidamente, sendo máxima aos 17 ou 18 anos de idade. Em cerca de 85% de todos os pacientes com Anorexia Nervosa o surgimento da doença dá- se entre os 13 e 20 anos, alguns, antes dos 10 anos, eram “enjoados” para comer ou tinham freqüentes problemas digestivos.
Os critérios de diagnóstico do DSM-IV para Anorexia Nervosa são estes:
Recusas a manter o peso corporal em um nível igual ou acima do mínimo normal adequado a idade e a altura (por exemplo, perda de peso e levando a manutenção do peso corporal abaixo de 85% do esperado; o fracasso é inteiro ganho de peso esperado durante o período de crescimento, levando a um peso corporal menor que 85% do esperado).
Medo intenso de ganhar peso ou de se tornar gordo, mesmo estando com peso abaixo do normal.
Perturbação no modo de vivenciar o peso ou a forma do corpo, influencia indevida do peso ou da forma do corpo sobre a auto- avaliação, ou negação do baixo peso corporal atual.
Nas mulheres pós- menarca, amenorréia, isto é, ausência de pelo menos 3 ciclos menstruais consecutivos. (Considera-se que uma mulher tenha amenorréia se seus períodos ocorrem apenas após a administração de hormônio, por exemplo estrógeno).

Características físicas:
Os pacientes geralmente chegam ao médico quando a perda de peso se torna aparente, o peso cai assustadoramente. Anoréxicas com 42 kg são consideradas de peso bom. Freqüentemente o peso chega a 36, 32, 28 kg ou menos.
A medida que a perda ponderal se aprofunda aparecem sinais físicos como hipotermia (temperatura abaixo de 35 C), edema (inchaço), bradicardia (coração bate mais lentamente), hipotensão (pressão arterial abaixo do normal), lanugo (pelos finos que recobrem a pele do rosto e outras partes do corpo), pele seca, intolerância ao frio, queda de cabelo, olhos fundos, envelhecimento precoce e outras alterações metabólicas.
Algumas pacientes chegam a atenção médica por causa da amenorréia que freqüentemente aparece antes de sua perda de peso ser perceptível.
Outras complicações médicas desse transtorno alimentar serão citadas logo abaixo:

Relacionadas a perda de peso:
Caquexia: Perda de gordura, massa muscular, metabolismo tireoídeo reduzido, dificuldades para manter a temperatura corporal básica.
Cardíaca: Perda do músculo cardíaco, coração pequeno, arritmia cardíaca, parada cardíaca.
Digestivos gastrintestinais: Inchação, constipação (queixas de intestino preso), dor abdominal .
Reprodutivas: Baixos níveis de hormônios luteinizante (LH) e hormônio folículo- estimulante (FSH).
Hematológicas: leucopenia (diminuição do número de leucócitos: diminuição da defesa do organismo a infecções).
Neuropsiquiátricas: Sentido de paladar anormal
Esqueléticas: Osteoporose (Conseqüência do baixo consumo e absorção de cálcio).
Endócrinas: Hipotireoidismo

Relacionadas a purgação (vômitos e uso de laxantes)
Digestivas- gastrintestinais: Inflamação e aumento das glândulas salivares e pancreáticas e aumento da amilase sérica, erosão esofágica e gástrica.
Dentárias: Erosão do esmalte dentário
Neuropsiquiátricas: Convulsões, fadiga e fraqueza.

Características psicológicas:
Surgimento da doença dá-se entre os 13 e 20 anos.
Meninas inteligentes, bonitas, perfeccionistas e espertas.
Existe uma preocupação em comer em público.
Enquanto fazem uma refeição tentam livrar-se do alimento colocando-o no guardanapo ou escondendo-o nos bolsos.
Cortam a carne em pedaços muito pequenos e levam muito tempo mexendo com a comida no prato.
Sentimento de inutilidade
Pensamento inflexível
Isolamento social (até mesmo namoro)
Expressão emocional demasiadamente refreadas
Sua auto- estima está associada ao grau de sua forma e peso corporais
A perda de peso é vista como uma conquista, é um sinal de auto- disciplina
E o ganho de peso é visto como um fracasso
Os indivíduos com estes transtornos até reconhecem que estão magros, mas negam as implicações de seu estado de desnutrição, ou até mesmo a morte.
A indução de vômitos, onde uma simples escova de dentes ou cabo de uma colher se tornam ótimos instrumentos para induzir o vômito (se não vomitarem se sentem sujas).
Abuso de laxantes e diuréticos que conduzem ao mórbido emagrecimento desejado.
Irritabilidade (pouco conversam)
Agressividade
Choro
Adoram cozinhar e servir comida para os outros, mas elas mesmas fazem exercícios físicos exageradamente
Acham que o tratamento é totalmente desnecessário

Transtornos mentais associados:
Transtornos depressivos tais como: humor deprimido, retraimento social, irritabilidade, insônia e interesse diminuído por sexo. Esses pacientes podem ter um quadro clínico e sintomático que satisfaz os critérios para um transtorno depressivo maior. Estes sintomas de perturbação de humor deve portanto ser reavaliados após uma reavaliação completa ou parcial do peso.
A depressão também é muito freqüente entre indivíduos com AN.
Transtornos Obsessivos Compulsivos: Pessoas com TOC sente-se aprisionadas por pensamentos e comportamentos que se repetem e que o próprio indivíduo considera absurdos, desagradáveis e impossíveis de fazer cessar.
Quando os indivíduos com AN apresentam obsessões e compulsões não relacionadas a alimentos, forma corporal ou peso, podem haver um diagnóstico conjunto e concomitante de transtornos obsessivo compulsivo que são relacionados quando não são relacionados com comida.

I INCRÍVEL CARÁTER DE ELIZEU NA CURA DE NAAMÃ

"Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com o seu carro e parou à porta da casa
de Eliseu. Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro, dizendo: Vai, e lava-te sete vezes
no Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado". (2 Reis 5:9,10)

Esta passagem é uma das mais conhecidas e mais pregadas no meio do povo evangélico. Também tema das inúmeras "campanhas" nas igrejas pentecostais. E, justamente por isso, nos concentramos tanto no fator "cura divina" operada neste siro, que deixamos de observar detalhes importantes que nos trazem grandes lições. Uma destas lições é o caráter exemplar de Eliseu, que nunca se deixou influenciar por pessoas de posição social relevante. Naamã era o comandante do exército do rei da Síria. Um homem importante, pois por meio dele o Senhor deu vitória aquela nação. Era um herói de guerra. Algum outro profeta talvez estivesse preocupado com todo o aparato para receber este homem, que a própria bíblia diz ser homem "valoroso" (2 Reis 5:1) Mas Eliseu, sem se preocupar com quem era ou deixava de ser, apenas "enviou um mensageiro", como relata o versículo acima, para dar o recado a Naamã. Se ele fosse lá mergulhar, amém. Se não fosse, azar o dele!!!

Vemos a mesma atitude simples de Eliseu quando ele não mostra nenhum tipo de bajulação a mulher sunamita, que era uma mulher grave (significa rica) que o via passar por ela.

"E ela disse ao seu marido: Eis que tenho observado que este que
passa sempre por nós é um santo homem de Deus". (2 Reis 4:9)

Não era a primeira vez que Eliseu passava perto desta mulher e seu marido. Ele já estava na observação da sunamita. "...que passa sempre por nós..." Eliseu não adiantou nenhum tipo de bajulação pelo motivo dela ser rica. Não ficava arreganhando a cara como se ali estivesse algum motivo mais importante para isso do que no mais pobre. Eliseu não estava nem aí se ela fosse rica, milionária, bilionária, dona-do-mundo, mas "passava" por ela e seu esposo, com sua vida dedicada a Deus, saudando normalmente a todos, e isso despertou a atenção da mulher sunamita na vida sem interesses da parte do profeta.

Alguns, nos dias de hoje, vêem um homem incrédulo, sem Deus, mentiroso, leproso espiritualmente, coloca em cima do púlpito, e ainda coloca a igreja de pé para recebê-lo. Meus irmãos, Nicodemos era um dos principais dos judeus, e de noite foi ter com Jesus, e adiantou uma gracinha, um elogio pra fazer uma média: "Sabemos que és mestre vindo da parte de Deus". Jesus cortou o barato dele e respondeu: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus". (João 3) Para ele, um dos principais, de posição entre os judeus, não seria uma vergonha?! "Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso?" (João 3:9,10) Eliseu já tinha este caráter!

Quantos profetas nos dias de hoje, ouvem um elogio, e se derretem as palavras macias da hipocrisia. Basta dizer: "-O irmão fulano é um homem de Deus". Pronto. Acabou o profeta! Ainda que ele tenha algo de exortação, correção, advertência, para esta pessoa, o fará bem em particular, com muito cuidado. O que ele não faria com outro. Eliseu não era covarde, como alguns, que se acham corajosos e ousados com uns, mas que diante dos mais ricos, dos que tem um certo poder, fingem não ver o erro, fazem vista grossa.

Não estou dizendo que não se deve respeitar a autoridade. Não é isso que prego. Respeite as autoridades, pois é bíblico:

"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação". (Romanos 13:1,2)

O que deve se refletir é sobre a posição social ou financeira de algum irmão estar acima da obra de Deus, de comprar a autoridade espiritual do profeta, fazer temer o que serve a Deus de entregar uma exortação. De se ter coragem e autoridade para humilhar o mais pobre, e diante da mesma situação com o mais rico usar parâmetros diferentes. Deus não faz acepção de pessoas. O cristão, o profeta, o líder, não pode ter duas caras, duas atitudes, usar de dois pesos e duas medidas.

"Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta, e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? ...Mas vós desonrastes o pobre. Porventura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais? (Tiago 2:2-4,6)

O CRISTÃO PODE TER MEDO???


"Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito...E levantando-se ele,
tomou o menino e sua mãe, de noite, e foi para o Egito". (Mateus 2:13,14)



Quando falamos em medo esta palavra soa para nós como um extremo oposto da fé que temos na proteção de Deus. Desde que nos convertemos ao evangelho, a maioria de nós aprende que o cristão não pode ter medo, que não pode ser um medroso, porque vivemos debaixo da proteção divina. E isso é evidente haja vista que servimos ao General que não perde batalhas - Jesus. Somos servos do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Sendo assim é óbvio que não devemos ter medo.

Diante desta conclusão que nos parece tão justa, por vezes ficamos estupefatos com notícias de cristãos que morreram em situações nada diferentes da dos ímpios. Tiroteios, balas perdidas, acidentes fatais, assaltos, violências, etc. E diante desses fatos, perdemos um pouco daquela fé na proteção "sob o esconderijo do altíssimo".

Chegamos a questionar: "-Estaria aquela pessoa que morreu naquelas condições sem fé, ou com algum pecado escondido?" Este é um julgamento injusto por dois motivos: Primeiro, que são muitos os cristãos que já morreram nas mais diferentes situações de acidentes e violências. Segundo, que conhecemos também pessoas que se dizem cristãs, que andam muito erradas, e nem por isso perderam a vida.

A verdade é que a maioria dos cristãos não tem discernimento das palavras medo e precaução. Ouvimos sempre cristãos que afirmam em tom de autoridade: "-Eu não tenho medo de nada...tenho muita fé..." Difícil é encontrar conexão da fé destas pessoas com a ocasião em que José e Maria fugiram de noite para o Egito, e logo com o menino Jesus junto deles, o que nos faz pensar que a proteção de Deus é evidente, mas no entanto tiveram que literalmente fugir. Muitas vezes o excesso de auto confiança acaba por resultar em tragédias, como o caso de um pastor que, ao ser assaltado, abriu velozmente o salmo 91, e antes que ele começasse a ler o primeiro versículo, o assaltante, no susto, o matou com um tiro.

Fé é crer na providência de Deus, é saber esperar com paciência a resposta divina, mesmo nas provações, como foi o caso de Jó, que sendo um homem justo, a tragédia tirou a vida de seus filhos, e mesmo assim não abandonou a Deus, como aconselhou a sua esposa num momento de desespero. Diante desta fé, Deus o retribuiu tudo em dobro. Muitos destes que dizem não temer a nada, que tem muita fé, diante de uma perda familiar, pensam logo em abandonar o Caminho do Senhor.

Um grande problema é que muitos de nós aprendemos um evangelho de soluções imediatas! Para arrebanhar uma quantidade maior para os templos, alguns líderes chegam a prometer: "Venha pra cá, e nenhum mal te ocorrerá". Poucos querem servir ao Deus de Jó, poucos os que pregam o versículo que diz "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo". (João 16:33) Uma grande quantidade de crentes quer um Deus-Alívio-Imediato. Compromisso com a seara, visitas, evangelização, oração, nada disso! Querem entrar numa destas "Campanhas Milagrosas" e ver suas vidas regaladas e protegidas por Deus como num passe de mágica. A Bíblia se torna um acessório no guarda-roupa deste tipo de evangélico. Serve para identificá-lo como crente, já que em outras atitudes dele nada se vê de cristão. Serve também para ele ficar meia-hora tentando achar o texto da leitura oficial na igreja.

E no meio desse cristianismo básico, seguido por este tipo de crente, nascem os pseudopregadores das horas vagas. Aquele colega de trabalho, que na hora do cafézinho parece saber muito de Bíblia, e quer ensinar a todo mundo o que é ter fé. E do ensinamento de alguns destes autodidatas da Bíblia, aprende-se que o cristão é um destemido, um super corajoso, que a nada teme e todos temem a ele. Que entram em qualquer lugar, a qualquer hora, e com ele não há "tempo ruim". Quase sempre tudo isso é dito da boca pra fora. Medo todo mundo tem (dependendo da situação) e isso ninguém pode negar. Mas estes ensinos acabam por gerar reações, principalmente para quem é novo na fé, que acabam atropelando o bom senso e a razão, por mera vergonha de passar por medroso, quando a Bíblia ensina o cristão a ser vigilante!

"Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos
dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus". (Mateus 4:6,7)

O medo pode estar ligado a um fato que realmente pode trazer mal resultados. Por exemplo, uma pessoa que tem medo de atravessar uma avenida em que os carros transitam em alta velocidade. É lógico que o receio da pessoa de ser atropelada é sentido por qualquer pessoa normal. Um atropelamento é um acontecimento provável se houver falta de cuidado. O medo normal é humano. O medo desmedido sim é doença. A própria ciência busca através de tratamentos a busca do equilíbrio entre o medo necessário à própria existência, e o medo desmedido que angustia a alma.

Muitas pregações condicionam o sucesso do cristão (principalmente material) na ausência de medo, alegando que aquele que tem sua fé fundada na Rocha Eterna não pode temer a nada. De fato, ter fé, em tese poderia significar não ter medo. Mas na prática a coisa não funciona assim. Somos instáveis, temos preocupações, nossas mentes trabalham até quando dormimos e, por estas características e condições, é impossível que não sejamos acometidos pelo medo.

A diferença é a fé que nos resgata para o equilíbrio, que nos dá força para vencê-lo, não para eliminá-lo. A Bíblia é pródiga em mostrar a face humana do medo, em tantos heróis da fé: Moisés, Elias, Davi, e os apóstolos. Ora, se até mesmo o filho de Deus, em circunstância limite, experimentou o medo (Jardim do Getsêmani) por que o pobre do cristão ao senti-lo estará confessando falta de fé?

Este artigo jamais pode ser encarado como uma apologia ao medo, a covardia, mas a se ter precaução, ao cuidado que o cristão deve ter num mundo que jaz no maligno. Paulo já havia tido o encontro com Jesus no caminho de Damasco, mas nem por isso dispensou o cuidado de descer num cesto pelo muro, do contrário teria sua vida ceifada.

"Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e, como eles guardavam
as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida, tomando-o de noite
os discípulos, o desceram, dentro de um cesto, pelo muro". (Atos 9:24,25)


E a Palavra de Deus ainda nos adverte:

"Fugi de toda aparência do mal". (1º Tessalonicenses 5:22)

Isso nos mostra que nem sempre a palavra "fugir" está ligada ao medo ou a falta de fé, mas a cautela. Assim como a palavra "medo" não revela níveis de fé, mas no momento certo, nos livra de tentarmos a Deus. Veja bem, a Bíblia diz:

"Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores". (João 9:31)

E também afirma:

"Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso". (1º João 1:10)

Ora, se somos todos pecadores, então Deus não nos ouve?! Vemos aí que há uma diferença em pecar e viver no pecado. O mesmo tratamos aqui sobre o medo. Uma coisa é você sentir medo diante de uma situação. Outra coisa é você viver uma vida de medo, temendo a tudo! O medo não pode roubar a sua fé, assim como a falta de medo também não pode deixar você tomar atitudes precipitadas. Vamos tomar, por exemplo, a passagem em que o Senhor Jesus nos aconselha:

"Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas
dos gastos, para ver se tem com que a acabar? Para que não aconteça que, depois de haver
posto os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar". (Lucas 14:28-30)


Aqui o Senhor Jesus não joga um balde de água fria na nossa fé, mas nos ensina a sermos cautelosos! Que nós venhamos não a nos tornar medrosos, mas cuidadosos com algo tão precioso que Deus nos deu: a vida. Que venhamos a ser sóbrios e vigilantes, como bem nos recomenda Pedro:
"Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar". (1º Pedro 5:8)

"Para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos". (Mateus 5:45)


"Portanto, sede símplices como as pombas e prudentes como as serpentes". (Mateus 10:16)